A crise econômica que se instalou no Brasil com a pandemia do novo coronavírus fez com que a tecnologia se tornasse o braço direito das pessoas, tanto na área profissional, quanto na vida pessoal.
Para os bancos o cenário não foi diferente. Os impactos da crise foram minimizados porque as instituições financeiras já estavam preparadas para usar plataformas digitais. Houve casos em que foi registrado, até mesmo, o aumento da produtividade, segundo relatos de representante de bancos durante a 30ª edição do Ciab, congresso de tecnologia do setor financeiro organizado pela Febraban.
De acordo com João Dantas, CFO do BTG Pactual, o sistema financeiro brasileiro já está em um momento de maturidade para uso das plataformas para desenvolver negócios. O principal desafio, neste momento, é encontrar novas oportunidades.
Maurício Minas, do Conselho de Administração do Bradesco, disse que durante o período de isolamento por causa da Covid-19 as pessoas mudaram seus hábitos em relação ao uso de serviços bancários. Ele citou como exemplo o aumento de 46% dos negócios no Next, banco 100% digital do grupo, de 76% na corretora Ágora e de mais de 30% entre pessoas físicas e jurídicas nas plataformas mobile do banco.
Transações pelo celular
As transações bancárias também foram afetadas. Uma pesquisa realizada pela Deloitte e pela Febraban, mostra que as transações pelo celular por pessoa física aumentaram 22% entre janeiro e abril deste ano. Já as transações por agências caíram 53% e pelos caixas eletrônicos, 19%.
Entre janeiro e abril, houve queda de 25% no volume de operações feitas por pessoas físicas pelos canais tradicionais. Ao mesmo tempo, esse volume cresceu 19% nos canais digitais.
Marcelo Frontini, diretor de canais digitais e experiência do cliente do Bradesco, disse que 97% das transações do banco já são feitas pelos canais digitais. “Os últimos três meses aceleraram [o avanço digital] em transações mais complexas, que precisariam do apoio da nossa rede comercial”, informou.
Golpes bancários
Com o aumento das atividades bancárias digitais, novos casos de golpe foram registrados durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo representantes dos principais bancos do Brasil, a estrutura da tecnologia para combater fraudes bancárias é muito avançada, mas ainda há uma jornada para conscientizar o cliente dos perigos digitais.
“Hoje, infelizmente, os clientes fazem a fraude a pedido do fraudador”, disse Bruno Fonseca, do Bradesco. “Não temos problemas com criptografia, segurança. É o próprio cliente que aceita os comandos. São fraudes de engenharia social”.
O banco Santander disse que entre março e abril, houve uma explosão na disponibilidade de aplicativos falsos, principalmente para Android, que poderiam comprometer dados bancários.
As instituições financeiras recomendaram que os clientes se informem sobre quais são os canais de comunicação do banco, e que estejam cientes de que as instituições nunca pedem para retirar o cartão em domicílio para averiguação
Fonte: Contabeis